terça-feira, 6 de agosto de 2013

Ser sensitivo

Sinto tudo.

Sinto os olhares mau encarados.
Sinto a felicidade alheia.
Sinto a tristeza alheia.
Sinto a perda.
Sinto a dor de perdas que não aconteceram.
Sinto a felicidade ansiosa de que coisas que virão a acontecer
Ou talvez sinta só a expectativa.
Sinto a inveja.
Sinto o amor.
Sinto o ódio.
Sinto carinho sem ter motivos.
Sinto a sensação de estar sentindo
Sinto uma doença que eu talvez nem tenha.
Sinto a razão.
Sinto a mentira
Sinto a sinceridade
Sinto a guerra.
Sinto a paz.
Sinto a miséria.
Sinto o sol batendo em minha pele
Sinto o ar da natureza
Sinto o desgosto dos outros por mim.
Sinto a saudade. Sinto bastante a saudade.
Sinto as energias ruins, sinto as boas.

Não sei se é intuição ou não, mas


Sinto muito.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Não é preciso dinheiro para comprar o necessário à alma...


“Por mais mesquinha que seja sua vida, aceite-a e viva-a; não se esquive a ela nem a trate com termos duros. Ela não é tão ruim quanto você. Ela parece tanto mais pobre quanto mais rico você é. Quem vê defeito em tudo verá defeito até no paraíso. Ame sua vida, por pobre que seja. Talvez você possa ter algumas horas agradáveis, emocionantes, gloriosas, mesmo num asilo de pobres. O poente se reflete nas janelas do albergue de mendigos com o mesmo fulgor com que brilha na morada dos ricos; a neve se dissolve em ambas as portas na mesma época da primavera. Não vejo por que um espírito sereno não possa viver com o mesmo contentamento e com pensamentos alegres num asilo ou num palácio. Muitas vezes me parece que os pobres da cidade são os que vivem a vida mais independente de todas. Pode ser que simplesmente tenham a grandeza suficiente para receber sem temores. Muitos homens se julgam acima de aceitar sustento do município; mas amiúde não estão acima de se sustentar por meios desonestos, o que deveria ser mais vergonhoso. Cultive a pobreza como uma horta, como a sálvia do sábio. Não se incomode muito em ter coisas novas, sejam roupas ou amizades. Torne-as do avesso; retorne a elas. As coisas não mudam; mudamos nós. Venda suas roupas, conserve seus pensamentos. Deus verá que você não precisa de ocasiões sociais. Se eu estivesse confinado a um canto de um sótão por todos os meus dias, como uma aranha, o mundo continuaria igualmente vasto para mim, enquanto eu estivesse com meus pensamentos. O filósofo disse: “De um exército de três divisões pode-se tirar o general e instaurar a desordem; do homem, o mais vulgar e abjeto, não se pode tirar o pensamento”. Não fique tão ansioso em se desenvolver, em se sujeitar a muitas influências em jogo; tudo isso é dissipação. A humildade, tal como a escuridão, revela as luzes celestiais. As sombras da pobreza e da mesquinharia se juntam ao nosso redor, “e eis que a criação se abre à nossa vista.” Amiúde somos lembrados de que, fosse-nos concedida a riqueza de Creso, nossos objetivos ainda deveriam ser os mesmos, e nossos meios essencialmente os mesmos. Além disso, se você está tolhido em seu nível por causa da pobreza, se não pode, por exemplo, comprar livros e jornais, em verdade está apenas confinado às experiências mais significativas e vitais; vê-se obrigado a lidar com o material que rende mais açúcar e mais amido. É a vida perto do osso a mais doce. Você não corre o risco de ser frívolo. Ninguém jamais perde num nível superior. A riqueza supérflua só pode comprar o supérfluo. Não é preciso dinheiro para comprar o necessário à alma.”

- Thoreau

sábado, 3 de novembro de 2012

A liberdade não existe.

"Vivemos em um país democrático. Temos livre-arbitrio. Somos seres livres."
Sim, livres para enriquecer e consumir. Para escolher se queremos morar em uma casa própria ou um apartamento. Se queremos ter uma Mercedes ou um Pálio. Se preferimos jantar massa ou sushi. Nosso conceito de liberdade é limitadíssimo. 
Não somos livres. Nascemos em um local com um determinado sistema de vida e somos obrigados a nos encaixar nele. "Estude! Seja alguém na vida! Encontre o seu amor verdadeiro! Case com ele, tenha filhos! Seja honesto! E o principal de tudo, não reclame, se conforme e fique calado!" 
Não somos livres. Não temos livre-arbitrio. Até temos, mas ele deve estar enquadrado no padrão de vida estimado pela sociedade. Ou seja, não é livre-arbitrio. Somos seres racionais, mas não somos estimulados a aproveitar-se disso. Somos estimulados a repetir atitudes designadas como "corretas", e aqueles que usam o dom do questionamento são vistos com maus olhos.
Enfim, a rotina é um dos exemplos de atitudes repetidas. Temos que ter rotina, sermos disciplinados. A rotina é uma das práticas que tende a acabar com toda a capacidade de inventar. Faz com que nossos dias sejam praticamente iguais, sem nada produtivo. Por que inferiorizar tanto essa capacidade magnífica do ser humano de ser criativo? De inventar, de mudar, de ter ideias? Por que temos que ser todos iguais, termos o mesmo destino e mesmas atitudes? Horário para acordar, horário para chegar, ter de cumprir o tempo de trabalho, ter de usar as roupas certas para cada ocasião. Aprendemos a respeitar regras, e não a respeitar as diferenças. A criatividade, a consciência e a procura de diferentes opiniões são o que nos salvam da nossa prisão diária.

"Faça várias refeições por dia, de 6 em 6 horas! Não exagere na fritura! Faça seus exames de rotina! Não fume, não beba! Tenha boas notas! PASSE NO VESTIBULAR! Seja hetero, caso contrário sofrerá preconceito!" Isso é liberdade?

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Música.

Eu ouço música demais. Eu ouço música o tempo inteiro. Eu vivo ouvindo música, ou melhor, eu ouço música pra viver. Porque só a música tem a mágica capacidade de me levar pra onde eu quiser. Eu não ouço música, eu viajo. Viajo pra lugares e momentos na hora em que eu bem entender. Posso estar no ônibus, na rua, no pátio de casa, mas a minha mente e meu espírito estão em outro lugar. Mas isso só acontece com música. A música é minha paixão incondicional, é minha companheira fiel. Quem não gosta de música só pode ser desalmado. A minha vida se resume em uma sucessão de trilhas sonoras e, sem elas, morreria de inanição mental e emocional.


Como viver sem isso? (só um exemplo)
http://www.youtube.com/watch?v=oll6UfK6iUg

sábado, 11 de agosto de 2012

Genial.

Tenho lido o livro Walden, do Thoreau, e muito refletido a respeito de inúmeras coisas que cercam a nossa vida e sociedade. Vale a pena ler esse trecho do livro.

"Com o pensamento, podemos estar ao nosso próprio lado, num sentido saudável. Por um esforço consciente da mente, podemos nos elevar acima das ações e de sua consequências; e todas as coisas, boas e más, passam por nós como uma torrente. Não estamos totalmente envoltos na Natureza [...] Por mais intensa que seja minha experiência, tenho consciência da presença e da crítica de uma parte de mim, a qual, por assim dizer, não é parte de mim, mas é um espectador, que não partilha a experiência, mas toma nota dela; e que não é você nem sou eu. Quando a peça ou, talvez, a tragédia de vida termina, o espectador vai embora. Para ele, era apenas uma espécie de ficção, uma obra da imaginação. Às vezes essa duplicidade facilmente nos torna maus amigos ou vizinhos.
Acho saudável ficar sozinho a maior parte do tempo. Ter companhia, mesmo a melhor deles, logo cansa e desgasta. Gosto de ficar sozinho. Nunca encontrei uma companhia mais companheira que a solidão. Em geral estamos mais solitários quando saímos e convivemos com os homens do que quando ficamos em nossos aposentos. Um homem pensando ou trabalhando está sempre sozinho, esteja onde estiver. A solidão não se mede pelos quilômetros que se interpõem entre um homem e seus semelhantes.
[...] O convívio social, geralmente, é banal demais. Encontramo-nos a intervalos muito curtos, sem dar tempo de adquirirmos qualquer novo valor mútuo."

Henry D. Thoreau

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Não nasci pro compromisso.

Sou irresponsável mesmo. Tá, não digo irresponsável; mas tenho uma grande dificuldade em lidar com obrigações e pessoas apontando o que devo fazer ou não, principalmente quando julgo como incorreto. Desde pequeno nos ensinaram que nem tudo na vida é prazeroso, e é impossível de se fazer somente aquilo que gosta. Desconfio que erraram nessa parte comigo. Não é mimo meu, apenas a falta de ânimo em fazer o que não tenho a mínima vontade de fazer. Não possuo aquela disposição intréprida que alguns possuem; não sou prestativa; não me empolgo facilmente e não lido bem com compromissos. Não gosto de estudar aquilo que não é do meu interesse. Dar satisfações então, é inaceitável. Para mim, lavar uma louça é abraçar o capeta. Faço o que devo fazer, mas com aquela cara rabujenta de desagrado. Exceto quando é para ajudar ou agradar alguém que gosto. Mas tenho que ter muito afeto. "Primeiro o dever, depois o prazer": mas por quê? Se a vida é tão curta como dizem, por que temos que deixar nossa felicidade em segundo plano? Ser feliz é mais importante do que ter afazares, compromissos tediosos.
Desconheço aquele truque de fingir um clima agradável quando a minha vontade é me teletransportar dali em dois segundos. Ah, não sei fingir mesmo. Não sei esconder sentimentos, opiniões e intenções. Tenho que aprender a mentir melhor, a fazer aquela expressão carismática de que estou adorando quando na realidade quero enfiar o meu punho com toda minha força na cara de alguém.
Mas ainda acho que o pior de tudo é a rotina. Quem foi o imbecil que inventou a rotina? Por que nós temos que fazer a programação de uma semana inteira quando vivemos em um mundo insano que não prevê se estaremos vivo? Faço o que tenho vontade, no momento em que há vontade e à minha maneira. Tá, na prática não é assim, se não, além de já ter sido expulsa de casa, estaria sem rumo, e não prestes a entrar na faculdade. Porém, certamente sou bem mais extremista nesse ponto do que a maioria das pessoas."Empurrar com a barriga" é o meu lema. Cumprir os deveres de última hora então, nem se fala. Já nem ouso prometer o que sei que não tenho vontade em cumprir. Podem me chamar de preguiçosa, irresponsável, mimada, inútil, etc. Pelo menos o que me interesso em fazer, faço bem feito e não há contradições.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Dois amigos idiotas brincando de amor.

Quando estou com você
Divirto-me
Emociono-me
Somos apenas dois amigos idiotas brincando de amor.


Todos dizem que existem garotos como você
Idiotas.
Babacas.
Um verdadeiro heartless
Somos apenas dois amigos idiotas brincando de amor.


Não me importo.
Quando estou com você, posso sentir a loucura
A loucura perdida nesse mundo monótono
Somos apenas dois amigos idiotas brincando de amor.


Eu quero isso tudo de novo, e de novo, e de novo...